No dia em que completou 80 dias de seu novo mandato,o presidente Lula retomou, nesta segunda-feira (20), mais um programa social voltado para melhorar a vida do povo e que, infelizmente, foi destruído nos anos de desgoverno Bolsonaro.
O Mais Médicos, criado em 2013 pela presidente Dilma Rousseff, está de volta, revisto e ampliado para garantir atendimento aos moradores das periferias e cidades do interior e às comunidades vulneráveis, como indígenas e quilombolas.
Ao longo de 2023, serão contratados 15 mil profissionais, fazendo com que o número de médicos participantes chegue ao recorde de 28 mil. Com isso, mais de 96 milhões de brasileiros terão a garantia de atendimento na atenção primária, porta de entrada do SUS.
“Somente quem mora nas periferias das grandes cidades, nas cidades pequenas sabe o que é a ausência de um médico”, ressaltou o presidente, voltando a lembrar que a saúde jamais deve ser vista como gasto.
“Não há investimento maior do que salvar uma vida, do que o cidadão estar pronto para o trabalho”, argumentou. “Por isso, a Saúde não pode ser refém de teto de gastos, juros altos ou cortes orçamentários em nome de um equilíbrio fiscal que não leva em conta o bem mais precioso que existe, que é a vida humana.”
Prioridade para brasileiros
Lula lembrou ainda que o Mais Médicos foi vítima de ataques mentirosos por parte do governo anterior, que atacou os especialistas cubanos injustamente, descaracterizou o programa e deixou a população sem atendimento.
Ele ressaltou que, nesta nova fase, o objetivo é preencher as 15 mil novas vagas com médicos brasileiros. Mas, caso não seja possível, médicos estrangeiros serão chamados. “Porque o que importa para nós não é apenas a nacionalidade do médico, mas a nacionalidade do paciente, que é um brasileiro que precisa de saúde”, disse.
Por fim, Lula disse que, nesses primeiros 100 dias de governo, o objetivo é “recolocar na prateleira” as políticas públicas que deram certo. “A partir dos 100 dias, vai começar uma nova etapa da nossa administração. Vamos fazer coisas novas. Temos que nos dirigir também à classe média brasileira, que tem sofrido muito, e investir para gerar empregos.”
“Essencial para o povo brasileiro”
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, falou antes de Lula e mostrou que os ataques sofridos pelo programa fizeram com que, em 2022, mais de 4 mil equipes do programa Saúde da Família ficassem sem médicos. “É a pior marca dos últimos 10 anos”, ressaltou.
Nísia definiu o Mais Médicos como “essencial para o SUS e para o povo brasileiro”e defendeu os resultados obtidos durante o governo de Dilma Rousseff.
“Hoje, existem evidências consolidadas de que o programa conseguiu prover profissionais para as áreas mais vulneráveis, ampliou o acesso à Saúde da Família, diminuiu internações hospitalares e a mortalidade infantil. É por isso que ele está de volta”, observou.
Já o ministro da Educação, Camilo Santana, explicou que as pastas comandadas por ele e por Nísia vão trabalhar juntas, uma vez que o novo Mais Médicos pretende atrair profissionais formados com apoio do Fies.
Para isso, haverá oferta de incentivos especiais a esses médicos, assim como àqueles que decidirem cumprir o programa de residência em áreas remotas. “Essa é uma demonstração clara, desse governo e do presidente, do fortalecimento do Sistema Único de Saúde do país”, ressaltou Santana.
“Estar onde o povo está”
Representantes dos médicos, da sociedade civil e dos secretários de Saúde fizeram questão de participar da cerimônia para ressaltar a importância do Mais Médicos.
O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, disse que o programa morreu nos últimos anos. “Nós tivemos um golpe neste país, e um projeto de morte foi implementado nos últimos anos. Nós não nos esqueceremos. Mas somos aquelas pessoas que estão esperançando, acreditando no futuro e fazendo o amanhã”, discursou.
Também celebraram a retomada da iniciativa o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Wilames Freire; a presidenta da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Zeliete Linhares Leite Zamboni.
Onde o povo está e é onde a medicina de família e comunidade deve estar. É isso que eu quero para todo o Brasil e é por isso que estamos hoje aqui”, resumiu Zeliete.
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